sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Sem sucesso

Se soubesse o que sei hoje, teria sido muito mais furtiva. Teria tentado mais vezes uma aproximação, só para te proteger daquilo que é o teu segredo e que te faz tanto mal. Fez-te aprender a viver duma forma tão bonita, e foi essa forma que me agarrou. Se não fossem as armadilhas que a vida te montou, nunca terias aprendido a escapar delas, por assim dizer. Terei sido clara o suficiente? Agora que foste, será que perguntas porquê? O porquê da minha devoção? O meu quase culto...? Não era apenas pelo amor que te nutria, mas também por aquilo que contigo tinha a aprender e por todos os obstáculos que nos comprometemos a ultrapassar, juntos. E sei que vais negar a beleza do nosso passado, só para me fazeres sentir impotente, mas vais sorrir e iremos voltar ao mesmo, aquela amizade tão estranha que só a nós faz jus. E sentirmo-nos mal ou chorar pelo que passou está fora de questão. Somos bem capazes de até rir sobre aquilo que mais nos custou.
A noite cai, cada um para seu lado. E aí, dói. Dói muito. É pesado, é praticamente tortura. Nessas alturas preferia nem ter ido ter contigo.
O sol já nasceu e és a primeira pessoa a quem falo no começo do dia. Trazes-me o pequeno-almoço à cama. Sabes bem aquilo que me faz sorrir.

Sem comentários:

O fado que eu escrevi, foi o que para mim quis. O fado que me foi escrito, eu cumpro e nem acredito.