Não sinto falta nenhuma do que nos rodeava, não sinto falta do tempo que partilhámos com outro alguém, nem penso no que dizias aos outros perto de mim. Lembro por vezes das vezes que rias das coisas que eles diziam, mas só me lembro do teu sorriso, não do que te rias.
Sei de ti doutra forma. Recordo perfeitamente todos os momentos a que chamámos nossos. Sei do que te rias quando estavas comigo, sei porque me fazias rir. Sei porque chorámos, sei porque escondemos as palavras e nelas dissemos tudo o que era suposto um beijo mostrar. Vi o que só a mim dizias mostrar, mostrei o porquê das lágrimas que te apresentei e que achaste tão desconfortantes. Sei que foi nelas que viste a tua luz na altura, sei que foi no que sentia que foste buscar a força para te levantares após o choque que agora sem ti aguento sozinha. Do que tínhamos, fiquei com o nada que me entregaste. Mas sei o porquê da tua fuga.
Continuas a espalhar olhares e sorrisos? E aqueles “Eu gosto de ti, e muito...”? São meus. Sinto só vontade de rasgar a página, as merdas que faço. Hoje tudo me ataca, preciso do teu “Deixa lá, tens-me sempre a mim”, da tua mão nas minhas costas, da minha mão na tua cintura, dos nossos olhos no nosso sorriso tão parvo para quem via de fora.