Eras o que eu nem sabia que viria, todas palavras num só dia e eu nem sei onde me perdi. Voltei atrás e não te vi. Sonhei de novo e só senti que o presente não me quer a mim, quer tudo o que não vivi. Eras como se não tivesses importância, porque eras tudo o que é importante. Como do navio, o comandante que ninguém sabe o nome. Eras do meu futuro, o sobrenome. E hoje já nem existes e ainda assim, na minha alma persistes, como se só a memória te fizesse viver quando eu mesma te vi morrer nos braços de quem eu não conheço. E ainda bem que não te mereço que de ti já pouco vejo. Talvez a voz desse desejo seja a luz que nunca vejo quando em mim morreste num beijo que foi a mágoa, o fim da fita, um miragem. Que o amor não nos deixa margem, obriga e cria uma desvantagem. Só quem se perdeu sabe que é de coragem, abrir os olhos, viver de passagem porque dói ser de verdade quando nessa verdade só existe o comandante do barco Saudade.
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