domingo, 23 de novembro de 2008

.A 'minha' saudade


Ainda aqui estás 'comigo',
Mas já lhe sinto o gosto
Da saudade do dizer amigo
Do estar para ser encosto.
Do rir da verdade ridicula
Ou de rir para não chorar,
Na certeza de estar sempre,
É lá que me vais achar.
Vais ser sempre a vontade
De rir privado ao lembrar,
De motivos nossos tripartidos
De três que nunca irão mudar.
Rio dentro do meu orgulho
Na vontade enorme do teu ser
Pergunto-me quando em mim mergulho
Se sabes a falta que vais fazer.
Olhar de anão para gigante,
Ouvir de igual para igual.
Já fazes parte da minha gente,
Do que se tornou fundamental.

(Se não sabias disto, ficas a saber agora. Se não to soube mostrar, escrevi agora. Tenho muito orgulho em ti. A sério.)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

.E eu quero-o


Minto-me constantemente. Minto a quem procura a verdade. Não quero nunca reconhecer que ainda te tenho como certo, que ainda espero que voltes atrás. Nego achar justo que te arrependas, mas desejo todos os dias que a noite te traga o desassossego dum passo mal dado. Quero ser esse passo. Ainda penso em ti no teu estado, para mim, mais puro. Prefiro apagar o lado negro que me deixou escura e sem retorno à luz que me trazias todos os dias. Não a acho em mais ninguém e temo dar de mim o que contigo deixei.
Quero que voltes, feliz como te achei, puro como te encontrei. Volta, mas não para errar da mesma forma... E, agora ao escrevê-lo, menti-me outra vez. Quero que voltes, de qualquer jeito, mesmo que venhas para partir.

Mesmo que seja pelo fim que nunca me deste, mereço-o. E quero-o.

O fado que eu escrevi, foi o que para mim quis. O fado que me foi escrito, eu cumpro e nem acredito.