Afinal era tudo uma história,
Aquilo que se dizia, que tocava.
Aquele nosso é só memória
E eu nem te encantava.
"Nem ela a mim me amava",
Pensei eu ontem pelas ruas.
Cru como quem se corta,
"Nem ela a mim me amava".
Que boca era essa que eu beijava,
Cega de luz e tão carente.
Era um beijo que de tão quente,
Só a mim me consolava.
"Será que ela nem me amava?"
Eras tudo o quanto sonhava
E mesmo assim...
A mentira é um fim tão ruim.
Mais valia a verdade no início
Do que ter perdido assim.
O amor não se mente
E sabe quem sente.
Que o amor não tem fim.
Ela não me amava e ainda assim...
Há quem a espere... ainda assim...
O fado que eu escrevi, foi o que para mim quis. O fado que me foi escrito, eu cumpro e nem acredito.
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
.Afinal
quarta-feira, 22 de outubro de 2014
.8.46h
Hoje dormi sozinha numa cama contigo.
Dormi num corpo que é meu amigo. Num olhar que já não é o antigo, num beijo frio que soube a perigo. Hoje contigo dormi sozinha. Quieta, solidão que não passou. Meu peito não te encontrou e eu pensei que era tua. Mas tudo o que é meu flutua e eu estou agarrada ao chão. Não te faz confusão? Amor, eu e tu não pode ter sido em vão. Se assim foi, porque gira o mundo então? Ficaram as roupas pelo quarto, o cheiro a ti que nunca me farto. Mas nem aí, tu foste e eu estou tão só como só estive toda a noite. Eu quero-te tanto que nem sei se te conte. O amor não é visão que se esconde. Fados mil, encontra-me a meio da ponte. Eu prometo, amor, eu prometo. Eu levo-te comigo. Amor, eu prometo. És tudo aquilo que te digo. Fica, serei abrigo. Cuida de nós e eu conto contigo. Não vou ser uma história que não se escreveu e quantas vezes te escrevi eu? Em tudo foste tu que deixei de ser só eu. O teu é meu e o meu é teu.
Eu espero. Decidi na hora. Quanto tempo leva aquilo que demora? Espero uma vida ou vens agora?
domingo, 5 de outubro de 2014
.Apatia
Hoje vi-te beijar outra boca.
E nem sei que palavras me saem.
Como corda que nos sufoca
Foi como sonhos que caem.
Não era eu, mas era alguém.
Eras tu, só eu entendo.
Mas éramos nós, mais ninguém.
Nem acredito mesmo vendo.
Um abraço do desgosto.
Amor que perdi sem querer.
Desse dia, o sol tão posto
De hoje, só o anoitecer.
Onze contos, onze histórias.
Corpos tão incandescentes.
Cada beijo, tantas glórias.
Não são meus lábios que hoje sentes.
O fado que eu escrevi, foi o que para mim quis. O fado que me foi escrito, eu cumpro e nem acredito.