domingo, 28 de dezembro de 2008

.Queimei


Não pedi licença, entrei.
Mordi o desgosto de não ser,
A vontade de não chegar
E o querer aprender.
Não fui certa, perdi.
Não soube estar, chorei.
Fui o pouco que investi,
O que não disse nem mostrei.
Vais como pesadelo triste,
Que se acaba ao amanhecer.
Ficas como sombra que insiste
Ver-me só para te ver crescer.
Não dei importância ao todo
Que se divide e faz reviver
O muito que fui sentido
E que hoje corta e faz sofrer.


Foste. Não há mais lenha por onde arder.

domingo, 21 de dezembro de 2008

.Peço desculpa















O corpo já não reage à emoção,
Já não aquece ao toque real.
Do pouco sinto, só coração
E esse bate, pouco e mal.
Já não me sei levantar
E nem sinto vontade,
Porque mesmo sem errar
Vivo de medo e saudade.
Acho-me pouco e não sei ver,
Que faço falta e sou parte.
Falta-me achar o que fazer,
Para começar, solidão, a odiar-te.
O meu bem-estar é bem melhor,
Que a tristeza mais dura.
Mas não me alimento de amor,
Vivo só da dúvida mais pura.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

.Vontades

Se não me ouves, nem me chamas
Se escondes e não queres ver,
Não posso mostrar-te como
Nem sei mais o que te dizer.
Se preferes sair e ignorar
Se queres fazer de conta,
Vou sair para não voltar
Vou ser do fio a ponta.
Se não pedes que fique
Se nem mostras querer,
Vou para se que modifique
A forma que olhas sem me ver.
Se vais calar o que sentes
Se ficas com o que é meu,
Levo o que me resta da vontade
E esqueço tudo o que é teu.

Se não sabes dar valor
Se não queres nem tentar,
Não fico para ver o pior
Que já me vez vacilar.


O fado que eu escrevi, foi o que para mim quis. O fado que me foi escrito, eu cumpro e nem acredito.