Prefiro-te em silêncio, proferindo palavras de olho a olho. Corpo a corpo. O som já não me atrai nem satisfaz, habituei-me a ele.
Leva-me para lá da zona de conforto. Desconcentra-me. Desalinha-me. Faz-me aprender... Faz-me ver o que não vi em ninguém. Mostra-me o que não vi em ti. O que está para lá do normal, o que está para lá do que mostras a toda a gente. Sente, por favor, sente que já não há nada que me desperte, nada real, a não ser aquilo que tens reservado.
É do mal que me enrola que me sai a falta de braços e abraços. É da vida que me falta que me sai o que não consigo gritar. O que fica preso, o que mais vale nem mencionar.
Custa-me ver que não sei nada do que está por trás. Ando nesta procura sem cessar, ando correndo riscos de perder tudo o que tenho, ando à pressa na vida, para viver os minutos contigo em câmara lenta. Cubro as lágrimas nocturnas de sorrisos diurnos sem razão. Escondo as mágoas nos bolsos dos amigos que as guardam como tesouros. Mostro-me feliz e contente, não vá a minha tristeza afastar-te, a ti ou o teu sorriso.
Vivo, melhor, revivo uma história que já foi contada e escrita... por mim.
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