quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Reticências

Prefiro-te em silêncio, proferindo palavras de olho a olho. Corpo a corpo. O som já não me atrai nem satisfaz, habituei-me a ele.


Leva-me para lá da zona de conforto. Desconcentra-me. Desalinha-me. Faz-me aprender... Faz-me ver o que não vi em ninguém. Mostra-me o que não vi em ti. O que está para lá do normal, o que está para lá do que mostras a toda a gente. Sente, por favor, sente que já não há nada que me desperte, nada real, a não ser aquilo que tens reservado.
É do mal que me enrola que me sai a falta de braços e abraços. É da vida que me falta que me sai o que não consigo gritar. O que fica preso, o que mais vale nem mencionar.


Custa-me ver que não sei nada do que está por trás. Ando nesta procura sem cessar, ando correndo riscos de perder tudo o que tenho, ando à pressa na vida, para viver os minutos contigo em câmara lenta. Cubro as lágrimas nocturnas de sorrisos diurnos sem razão. Escondo as mágoas nos bolsos dos amigos que as guardam como tesouros. Mostro-me feliz e contente, não vá a minha tristeza afastar-te, a ti ou o teu sorriso.


Vivo, melhor, revivo uma história que já foi contada e escrita... por mim.

sábado, 20 de outubro de 2007

Me being romantic

Na tentativa de te levar à verdade, seria capaz de gritar ao mundo o quanto me és. Mas, pra quê, se cinco minutos depois duvidavas de novo?
São acções que vão ficando, juntando o ouro às palavras e a prata ao sorriso, que poderiam até não significar nada.
São movimentos esquivos a quem não vê... mas que na verdade, não interessam a ninguém, a não ser quem os partilha.
São apertos e desvios de vida regular, que massacram e fazem sangrar sem sequer tocar a pele... Só povoando o pensamento nas rotinas diárias com as saudades que provocam.
São simples olhares que vão enchendo o peito de orgulho, o coração de expectativa e a alma de incertezas.
Somos nós. E eu, quero que sejamos sempre.

O fado que eu escrevi, foi o que para mim quis. O fado que me foi escrito, eu cumpro e nem acredito.